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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Construtor de gaita-de-foles

A aventura de construir gaitas-de--foles começou há 16 anos. O seu trabalho é feito na pequena aldeia raiana de Constantim, em Miranda do Douro. Célio é igualmente um excelente tocador.
Aos 33 anos, Célio Pires é um dos mais respeitados construtores de gaitas-de-foles mirandesas e flautas pastoris do país. O jovem artesão, para além de construir este secular instrumento, é igualmente um excelente tocador.
A aventura de construir gaitas--de-foles começou há 16 anos. O trabalho de Célio é todo ele feito na pequena aldeia raiana de Constantim, concelho de Miranda do Douro, onde as raízes musicais da região espanhola de Aliste e Sanabria estão bem presentes. Porém, o construtor prefere a sonoridade da gaita mirandesa, instrumento que recentemente foi alvo de um processo de padronização levado a efeito por um grupo de músicos e construtores, oriundos um pouco de todo o país, e em que figurava o nome Célio Pires.
Apesar de não ser a sua principal actividade, já que Célio Pires é militar da GNR, boa parte do seu tempo livre é dedicado ao estudo dos sons mais reais e às afinações mais certeiras deste tradicional instrumento bem enraizado, principalmente na cultura transmontana.
Célio Pires não constrói apenas gaitas-de-foles mirandesas. Da sua pequena oficina saem gaitas mirandesas e de outras regiões do Mundo.
Para construir uma gaita-de-foles é preciso ter em conta vários factores, sendo que a escolha dos materiais é um dos mais importantes. As técnicas de construção passam de geração em geração e, por vezes, são utilizadas ferramentas feitas à mão, como um simples furador talhado à medida ou um torno movido a pedal para esculpir a madeira. No entanto, já se utilizam ferramentas eléctricas e alguma tecnologia de ponta.
A procura das gaitas-de-foles tem vindo a aumentar, principalmente por parte dos mais jovens. Para dar som são precisos 15 dias de trabalho, já que se trata de uma arte muito meticulosa e de grande paciência. "É preciso muita concentração na escolha das ferramentas ou brocas a utilizar para furar a madeira. Os tornos mecânicos vieram dar uma preciosa ajuda", salienta o gaiteiro.
"Com a padronização da gaita--de-foles mirandesa houve em ressurgimento do instrumento, sendo comum ouvir o seu timbre em várias festas ou festivais de música tradicional no país", afiança o construtor. No entanto, para se adquirir uma gaita-de-foles mirandesa afinada pelo método da padronização, os instrumentistas terão de desembolsar cerca de 750 euros.

Fonte: Jornal de Nóticias - 31/08/2009

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